quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Em exposição com lâmpadas e água, professor explica a refração da luz

Na exposição “Lágrimas de São Pedro”, do artista baiano Vinícius S.A., lâmpadas suspensas cheias de água recriam um universo em homenagem ao Sertão nordestino. A mostra, em cartaz no Centro Cultural dos Correios, no Bairro do Recife, serviu de cenário para reportagem de física sobre refração da luz, exibida nesta quinta-feira (21), dentro do Projeto Educação.

As lâmpadas são lágrimas, água, choro por um passado de expectativas que não vingaram e por um futuro que talvez morra antes mesmo de nascer. Se a exposição é um convite à reflexão, ela sugere também a refração. “A refração da luz atinge uma superfície e a atravessa. Quando usamos óculos, a luz atinge as lentes do óculos, atravessa, atinge nosso cristalino, atravessa, até chegar à nossa retina. Na refração, a luz passa de um meio para o outro. Por exemplo, pode vir do ar e penetrar na água, ou vice versa. Na reflexão, a luz incide numa superfície e retorna ao mesmo meio de onde veio. É muito comum dizermos que vemos a imagem refletida no espelho. Quando uma luz atinge uma superfície e volta para meio de onde veio, se chama reflexão”, destacou o professor Beraldo Neto.
Na exposição, as lâmpadas esféricas e cheias de água funcionam como lentes. Fica claro perceber a refração quando você tenta enxergar as imagens através dos objetos – a figura do outro lado aparece invertida, por conta do efeito. Na refração, a mudança de meio também desvia a luz. O professor Beraldo usou um canudo dentro de um copo de água para exemplificar. “A impressão é de que o canudo está quebrado, porque é o desvio da luz que está acontecendo. Quando você mergulha um canudo que é curvo, ele fica reto”.
O fenômeno também explica porque o nome “ambulância” é escrito ao contrário nos automóveis. Isso porque os espelhos planos geram imagens enantiomorfas, invertidas. Então, para o motorista conseguir identificar uma ambulância pelo retrovisor, o nome precisa estar de trás pra frente.

Nosso olho também é uma espécie de lente e, ao passar por ele, a luz sofre refração. Em alguns casos, as cores não são distinguidas com clareza. “Um químico chamado John Dalton tinha dificuldade distinguir verde e vermelho, daí o nome. Esse daltonismo, para a física, acontece principalmente porque temos células na nossa retina, chamadas cones. Elas são responsáveis por observar e distinguir cores. Um defeito nesses cones faz com que tenhamos dificuldade de fazer a distinção”, finalizou Beraldo.

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